segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Querido Avô

Querido Avô,


A saudade, essa tão Portuguesa palavra que só nós compreendemos, mais que o sentir falta de algo, é um sentimento com o qual crescemos e não sabemos explicar. É uma mistura do que é bom com o que é mau. Um dissabor melodioso, que nos permite chorar, tremer, soluçar, mas continuar a querer sentir aquela amarga dor.

Perder alguém que nos observou de perto, é perder parte de nós. Até hoje sufoquei só a possibilidade de pensar na ausência. Hoje dói mais. Dizem que não há dias para chorar alguém. Não há dias para se ter saudade de alguém. Que ela está presente e vem e volta quando quer e aparece. E assim foi. Durante este ano, sombra silenciosa, intrometeu-se no meu coração. Por vezes deixando um leve sorriso, outras um pequena e tímida lágrimas. Mas noutras, um grande soluço e uma falta imensa.

Eu hoje choro. Choro-te, enquanto ouço a banda sonora do “Mon oncle” de Jacques Tati que tantas vezes vimos em conjunto. Relembro na personagem principal cada pequeno pedaço de ti. Mais do que outra qualquer memória, todas estas notas da apetitosa melodia do filme transportam-me para ti. O filme é quase todo ele passado em silêncio, tal com os outros filmes do Charlot que víamos. Eu costumava observar-te quando estavas em silêncio. Ficavas várias vezes absorto, dentro do teu mundo, franzindo a testa, coçando a cabeça e pensado na próxima coisa que ias criar. Não há nada mais bonito que essa memória, de te ver no Gerês, passeando pela casa com este e aquele projecto, sempre ocupado.

Há um ano atrás desejei que te fosses, que te apagasses e acabasse todo o teu sofrimento. Quis que não tivesses de te sentir a deteriorar, como bem dizias: “Ando a arrastar o cadáver”. Nunca me esquecerei da última vez que te vi. Perto da morte, cheguei a perto de ti e beijei-te a testa e disse: “Adeus avô”. Hoje só te queria aqui por perto.

Disseram-me ontem que nada, nem ninguém é insubstituível. E que cada parte de alguém está sempre em nós. Assim o é. Perpetuamos a presença de alguém pela sua memória e porque hoje sou quem sou, pelo que me deixaste. Tudo na vida tem o seu fim. E mesmo as bonitas flores na jarra, com tons amarelados e brancos padecem perante os ventos do tempo que nunca deixam de soprar. Mas como tu sabes, neste mistério que é a vida, neste mistério que é a morte, haverá com certeza uma ordem: a da renovação. Não somos substituíveis, pois permanecemos nos outros, na sua pele, nos seus cabelos, nos seus olhos, na sua voz, na sua cabeça, mas esta dor de não te ter aqui é-me consolada pela presença de outras pessoas e de outros sentimentos.

Gostava de te poder beijar novamente, não aquele avô deitado no hospital, mas o avô que ensinou a moldar o barro e criar obras de arte que hoje perpetuam a forma como tu sempre viste a vida. A forma como conseguiste dar vida ao pó e à água e de eles ter renascido algo que nunca terminará.

Esta é a carta que nunca te consegui escrever. Mas há o ano atrás chorava por ter acabado o teu sofrimento. Hoje choro por não te ter.

Hoje choro, mas não choro tudo. Mas também, nunca ninguém chorou tudo o que tinha a chorar.



Com uma enorme saudade do teu neto que te ama,


David

(23-12-14)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Amor

Eu já me enganei tanto contigo.
Já te conheci, já te esqueci.
Já te lembrei, já te desesperei.

Olhei em redor e estavas,
mas logo desapareceste. Sumiste!

Por vezes chegaste de mansinho,
pela calada. Com um cuidado andar,
entraste por essa porta que é a minha vida e…

Deixe-te entrar, acolhi-te.
Acaricie-te, sem saber como ou porquê.
Sem te perceber, ou querer.
Jurei-te e prometi-te.

Mas tu foste-te. Foste-te.
Sem avisar saíste daqui, deixando um rasto,
pintando cada parede de cada sala do meu corpo,
deixando a lembrança fraca da tua existência.

Esqueci-te. Achei-te longe de mim.
Quando no outro dia espreitaste pela porta,
não quis acreditar ver.



Perguntei-te: “Voltaste?”
Não respondeste.

Achei-te tímido, mas voltei a acreditar.

9-12-14

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Ecos

Quantas vozes tem uma estreita multidão?
Quantos gritantes murmúrios padecem,
face à asfixia do tudo e do todo,
que implacavelmente nos conduz, ordeiramente?


Que se berre, que se chore, quem nos ouve?
De que coragem dispomos para encontrar a gota,
aquela perdida, no meio de tantas outras,
que da mesma água não é feita do oceano a que pertence?


No silêncio da velhice, um sussurro enche a sala,
Pinta de cores quentes o espaço entre as notas tocadas,
Dando sentido à existência de uma sombra, já fugaz.


No entanto, só aquele engendrado plano,
capaz do pintar de asas de uma borboleta,
se encontra razão para tal murmurinho de tão tremendo significado.





Dedicado ao João Monteiro

26-11-14

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Memórias...

Com um suave dançar de dedos nas teclas um piano ganha o seu canto, fazendo vibrar as suas diferentes cordas vocais, com pequenos martelos que, suavemente, embalam um ouvinte numa torrente de ambíguas memórias. Como uma Nocturne de Chopin uma memória desenrola-se do seu doce novelo, fazendo valer cada acorde, cada bemol, cada pausa, numa apetitosa melodia que ora pode ser doce, ora amarga.

Incrível a forma como funciona. É capaz de banhar todo o nosso pensamento, como uma só gota sensorial, transportando-nos para outro qualquer sítio, ou mesmo outro qualquer Eu, no passado. O passado, esse, reserva-nos tanto e tão pouco. Se por um lado nos educa para o presente, com a sua voz autoritária e paternal, também nos entorpece a razão, tornando-nos letárgicos ao presente, permitindo-nos navegar por o grande oceano da nostalgia e da saudade. Saramago dizia: “O passado é um imenso pedregal que muitos gostariam de percorrer como se de uma auto-estrada se tratasse, enquanto outros, pacientemente, vão de pedra em pedra, e as levantam, porque precisam de saber o que há por baixo delas”.

Há, no entanto, em cada um de nós, uma velha caixa, seja ela física ou imaterial, onde os objectos de outrora são guardados por nós e a nós. Mergulhar nessa caixa é correr o risco de se ser assoberbado por sorrisos, surdos gemidos, prantos, ou mesmo acesos de raiva e incompreensão. É extraordinário como um simples pequeno papel pode inflamar uma rede de neurónios tão bem preservada, capaz de transformar sinais físicos em eléctricos, devolvendo uma emoção que em nada é tímida. E o cérebro, bom entendedor, também ele nos devolve uma reacção física, seja ela uma lágrima, um sorriso, ou mesmo, com o auxílio dos pulmões, um vultosa gargalhada.

As memórias que mais me entorpecem, pela beleza que lhes é inerente, são as cartas. Sejam elas em postais, ou grandemente letradas, representam sempre promessas de algo. Pelo menos, promessas de fazer chegar algo a alguém. As cartas são as melhores memórias, pois, em si, já são memórias quando as recebemos. Enquanto vasculho, no meio de tanto e de tudo, deparo-me com postais de uma tia querida. As cartas são registos da nossa existência e dos outros. Viajantes incansáveis que fizeram chegar tanto a muitos. São belas, porque tal como Hérmes, o mensageiro, fazem chegar algo que aparenta tão pouco e que significa muito. E hoje, são elas que me fazem chegar a mim a memória de outros tempos e de outras pessoas que já foram. A memória de outros sentimentos que entretanto o tempo me fez esquecer. A memória de promessas perdidas pela distância. A memória de amores que já foram e que hoje olho para cada um deles e para as carta que leio com duas caras.


Enquanto o piano vai cantando a tua memória vai alimentando e acalentando esta colmeia eléctrica que é o meu cérebro. Por fim o silêncio, até ver. Obrigado.




25-11-14

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Desespero


Ao fim de dezoito anos de estudo, nunca me foi ensinado como lidar com o desespero, ou sequer como antevê-lo. A verdade é que todos nós somos assolados por ele na vida. Todos nós temos um medo aterrador de tudo, do início, da continuação, ou do fim. No entanto nunca nos ensinam a lidar com tudo isto. Ensinaram-nos matemática, ciências, as línguas, os poemas, os escritores, a história do nosso país, dos outros, da humanidade, dos impérios, do que já foi, do que é e do que virá a ser. Infinitos exemplos de infinitas repetições. Ensinaram-me a ler, a ver, a escrever, a falar, a ouvir, mas não a sentir.

Em todo este processo educacional extenso, como se negligenciou algo tão importante, tão único do nosso ser, que parece continuar a ser coberto por um véu preto intransponível? Vivemos de sentimentos, movemo-nos por sentimentos sem saber o que são, ou sequer ter a sua compreensão.
Depois de tanta repetição de nós mesmo, após anos de civilizações, de exemplos continuamos sem sequer nos percebermos a nós próprios e, pior ainda, sem sequer termos vontade de. A exploração do Eu e compreensão da nossa mente deveria ser a nossa prioridade.

O desespero, esse, vem daí mesmo. Desta falta de cultura do Eu, da falta de tentativa de compreensão. Aqueles que se tentam compreender, são vistos como estranhos. Aqueles lunáticos do mundo artístico que não sabem o que fazem cá. Mas alguém sabe? Alguém de facto sabe o que faz aqui, ali, acolá? Para onde vai amanhã, depois e depois?

Carregamos todos um desespero constante de tanta coisa. Apesar de ser carregado por nós todos os dias, raramente transparece aos outros o que efectivamente se passa dentro da alma. Envoltos em tantas camadas de máscaras e protecções, foi-nos instigado que mostrar desespero, mostrar fragilidade, é um sinal de fraqueza inadaptação social. Mas se o cérebro e o pensamento humano são as nossas maior virtudes e resultados de anos de evolução biológica, uma distinção única que nos manteve como os seres mais bem adaptados a esta Terra durante tantos anos, como o podemos esquecer tão facilmente, tanto as suas virtudes, como as suas necessidades e fraquezas?


Ignorar estas verdades, é ignorarmo-nos. Frequentemente jogamos às escondidinhas com a nossa mente. Há pensamentos tão obscuros que assolam o Ser Humano que são guardados no canto mais recôndito de nós mesmo, a salvo de nós mesmo. Tal e qual a nossa Caixa de Pandora, que quando aberta, solta todos os males do mundo. Alguns pensamentos são tão tenebrosos que nem ousamos tocar neles, pois quando o fazemos, soltamos todos os males que existem dentro de nós, todo nosso lado negro e os pensamentos que nos consomem por não ter solução, por se mostrarem terríveis verdades que a todo o custo tentamos fechar os olhos. Pensamentos que acordam memórias que há muito devia ter sido apagadas, mas que felizmente ou infelizmente, estão sempre armazenadas algures, prontas a disparar impulsos eléctricos de dor. O desespero é tudo isto, é uma espiral em queda, sem fim, sem ponta de começo, uma entrada num carrossel que não pára até voltarmos a fechar a nossa caixa, a nossa mente, porque não sabemos fazer nada mais, que isto mesmo. 

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

“Não podemos ajudar quem não quer se ajudado”

Algures no código genético, temos escrito uma parte importante que dita a nossa existência. Esta parte refere-se ao instinto de sobrevivência. Com ele, somos capazes de não só nos mantermos vivos, como em situações de maior adversidade, conseguirmos ultrapassar limites físicos ou psicológicos.

Mas quando este instinto de preservação própria falha, o que resta de nós? Ou quando não falha totalmente, mas se estilhaça em vários pedaços, que resta dele e desses pedaços? Quando alguém desiste de si próprio, os que ficam do outro lado, que podem fazer?

Ser espectador da destruição ou falta de auto-preservação de alguém que amamos é uma dor constante. Esta dor é como uma dor fantasma. Apenas com a diferença de uma progressão da perda de um membro que é tão nosso.

Depois de tudo fazermos pela pessoa, nos dedicarmos a isto e aquilo. Fazermos o aqueloutro, possível e impossível. De tentarmos salvar esta pessoa da sua própria miséria, daquele quarto escuro sem alguma luz, sabendo que somos a pouca luz que resta nesse quarto. Que mais nos resta fazer, quando a pessoa não quer ser ajudada?

É possível ajudar quem não quer ser ajudado? E qual é a quota-parte de culpa se desistirmos dessa pessoa, depois dessa pessoa ter desistido de si própria? Será possível termos forças para sermos a força de outro, mesmo depois de ser desprezada a nossa ajuda, esforço, compreensão? Qual é a medida de compreensão pelo outro que está mal, a medida do esforço, das soluções, das horas, das lágrimas que nos pode indicar o limite de tudo isto? Que devemos fazer quando infligimos dano a nós próprios, tentando salvar os outros do seu próprio dano?

A salvação de alguém passa por esse alguém. Julgo que não podemos fazer alguém interessar-se por si próprio ou pelo mundo que o rodeia, por mais ajuda e amor que daremos ou tenhamos a essa pessoa.



Quando se atinge o limite, desiste-se, estarei eu a fazer bem?

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Quanto mais penso que preciso de alguém na minha vida, mais me apercebo que preciso de mim próprio.


No fundo é isso mesmo. Temo-nos a nós próprios e essa certeza deve ser bem consolidada na nossa vida. Afinal de contas, fazer de nós próprios prioridade não é assim tão errada, já que se tudo correr mal, é bom que nos tenhamos a nós próprios e que essa relação, de mim para mim, seja boa. A mente pode ser um canto escuro se não for educada e explorada e não devemos ignorá-la já que, nós só nos temos a nós próprios.


Elis Regina canta: “Eu preciso aprender a ser só. Poder dormir sem sentir seu calor”. Apesar de sermos mamíferos e sermos absolutamente dependentes uns dos outros, como sociedade. De vivermos num ambiente tão inteiramente dependente de uns dos outros, onde a componente social é uma fatia extremamente importante do nosso comportamento, devemos ainda assim estimar esta relação que existe com o nosso eu.


Nada é garantido nesta vida. Nada é certo e as certezas, essas, estão repletas de dúvidas e quanto mais vivo, mais sei que nada sei. Aquilo que temos, mesmo a própria vida, é temporário e portanto, mesmo a certeza de estarmos vivos pode apenas durar até ao próximo dia. O certo é que nós temos a nós próprios e mesmo que partilhemos as nossas vidas com quem quer que seja, a nossa individualidade, o nosso Eu, não pode ser esquecido.




Quanto mais penso que preciso de alguém na minha vida, mais me apercebo que preciso de mim próprio.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

"Both Sides Now"

Joni Mitchell canta, que agora, olha o amor de ambos os lados. Do dar e receber mas, no entanto, continua sem realmente conhecer o amor. De facto o que é que podemos dizer sobre o amor? Que certezas podemos ter sobre ele, ou sobre qualquer outra coisa na vida? Quanto mais velho fico, menos certezas tenho; e não deveria ser ao contrário? Mais velho, mais conhecedor, mais sabedor, com mais certezas?

Num mundo onde reina a ilusão como podemos distinguir o que é real do que não é real? Já Fernando Pessoa dizia: “Não sei se é sonho, se realidade,”. Nem mesmo tudo aquilo que achamos ter garantidamente, fica connosco, garantidamente. Existe esta ilusão de uma perpetuidade que é só isso, uma ilusão. Uma mistura com uma pitada de sonho, uma chávena de esperança e uma colher de felicidade. Uma receita perfeita para manter os olhos fechados à realidade. Mas, será que o sonho passa a realidade, sem deixar de ser o Sonho? Haverá alguém com essa sorte? Ou será a vida uma realidade disfarçada a nós próprios, onde a receita da ilusão nos serve para esquecer a Verdade?

A música acaba com: “Eu realmente não conheço nada da vida”. E eu, de facto, não conheço nada da vida. Ainda ontem me lembro de dizer que tinha a certeza disto e aquilo. Hoje aceno a cabeça, encolho os ombros, levanto a sobrancelha e faço a cara de pouco entendedor aquando questionado com as problemáticas da vida. Há um ano que a duas palavras que mais digo são: “Não sei”. E realmente, não sei. Mas ainda tenho tempo para descobrir. Hoje tenho uma certeza, pelo menos. Cada vez mais olhos para tudo com dois olhos. Olho para o amor por um lado, pelo outro. Olho para a vida com um novo olhar, em nenhuma direcção específica, olhos apenas. Há de acontecer alguma coisa.




27.10.14

domingo, 26 de outubro de 2014

A beleza do Mar

Há um silêncio que paira no ar. Não sei se são as ondas ou a brisa dançante, mas o mar sempre foi para um lugar de calma e de paz.

Sem se cansar, o mar e a Lua, na sua eterna dança, criam estes cabelos de ondas que rodopiam e se enlaçam, levando e lavando a alma de quem os observa.

Sinto-me vazio. Um vazio que me fez voltar à Eterna Pergunta: “Que ando aqui a fazer?” ou “O que estamos nós aqui a fazer?”. Não sei a resposta, mas há algo no Mar que me dá motivos. E os motivos são a força motriz desta vida. Ao ver a sua beleza e o seu perpétuo esplendor, questiono-me quantas mais pessoas já pararam nas suas vidas e viram esta mesma beleza da qual sou testemunha. Será que somos uma eterna repetição daqueles que nos antecedem? Será que somos de facto únicos? Não há certezas de nada. Nem de tudo. Nem de coisa nenhuma. Apenas que vale a pena vir ver o Mar.




22-10-14

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

What’s the meaning of life?


Acho que o segredo da vida está exposto aos nossos olhos todos os dias. Não no foi vendado uma única vez e no entanto, é-nos desconhecido.

Ao fecharmos os olhos, continuamos a ouvir. Ao deixarmos de ouvir, continuamos a sentir, pelo tacto. A vida, tal como é, só pode ser construída por pequenos fios que a sustentam. O que lhe dá força, é o número de fios, tal como numa teia de aranha. De alguma forma esses fios somos todos nós. Ligados uns aos outros, criamos algo inexplicável, único. Uma rede de pessoas, sentimentos, sensações, a Vida.

Não acredito em fronteiras. Mesmo na cegueira e na surdez, não somos privados do resto do mundo. Continuamos a vê-lo, a ouvi-lo, a senti-lo. Porquê? Porque as barreiras são convenções inventadas por nós próprios. Criadas, na tentativa de fortalecer algo, de manter qualquer coisa. Mas, quando são quebradas, é que a magia acontece. A História da humanidade é prova disso. Temos vindo a quebrar barreiras, só ainda não as quebrámos no coração, no sentir, na Vida.

Como dizia no filme do Cloud Atlas: “I understand now that boundaries between noise and sound are conventions. All boundaries are conventions, waiting to be transcended. One may transcend any convention if only one can first conceive of doing so.”. O que devemos fazer? Transcendermo-nos!




16-7-13