terça-feira, 25 de novembro de 2014

Ecos

Quantas vozes tem uma estreita multidão?
Quantos gritantes murmúrios padecem,
face à asfixia do tudo e do todo,
que implacavelmente nos conduz, ordeiramente?


Que se berre, que se chore, quem nos ouve?
De que coragem dispomos para encontrar a gota,
aquela perdida, no meio de tantas outras,
que da mesma água não é feita do oceano a que pertence?


No silêncio da velhice, um sussurro enche a sala,
Pinta de cores quentes o espaço entre as notas tocadas,
Dando sentido à existência de uma sombra, já fugaz.


No entanto, só aquele engendrado plano,
capaz do pintar de asas de uma borboleta,
se encontra razão para tal murmurinho de tão tremendo significado.





Dedicado ao João Monteiro

26-11-14

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