Tudo começa por uma célula. Tão pequena em tamanho e tão grande em vida. Mil milhões de multiplicações levam a pequena célula a percorrer o caminho da vida. Célula, células, tecidos, órgão e organismo.
A vida é tão incrível, não só pela sua variedade, mas pelo seu paradoxo. Uma célula representa um ser vivo, tem um sistema de auto-regulação todo completo. Num meio propício ela trabalha como se estivesse no organismo e desempenha o seu papel na perfeição. Um organismo é um conjunto de células.
O paradoxo consiste em sermos constituídos por algo que já tem vida. O incrível, é que cada célula nossa tem potencial para criar um novo organismo.
Não será todo este milagre um grande poema, escrito pela natureza no auge dos seus tempos?
Costuma-se dizer que quem não achar a física quântica bizarra, não percebeu a física quântica.
Pois o mesmo se passa com a vida. Quem não achar a vida algo bizarro, não conhece a vida.
Os formigueiros foram em tempos considerados holorganismos (holo – totalidade), ou seja, um conjunto de organismos que interagindo criam um superorganismo. Uma formiga sozinha, sem o contacto com as suas parceiras de formigueiro, rapidamente se perde e morre. Uma formiga, é uma célula. Nós, somos o formigueiro.
Bizarro, é considerar uma formiga, um ser vivo. Pois ela, nada tem. Não tem consciência de quem é, do que é. Não tem consciência da sua própria vida.
Mas o incrível e o bizarro não se ficam por aqui. As formas, cores, as modulações de todos os seres que habitam este planeta são incríveis. E todos, todos eles partem ou são do início da vida, a célula.
É o milagre da vida.
Se estou pasmado? Estou, como poderia não estar? Todo este microcosmo meticulosamente pensado para funcionar na perfeição é motivo de pasmo. Não há criação humana que ultrapasse a vida.
No entanto, aquilo que maior confusão me dá, é a vida. Não a vida depois de iniciada, mas sim a sua iniciação. Como é que algo ganha vida? Como é que se dá a vida ao conjunto de células? Onde tudo começa?
É portanto, o milagre da vida.
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