sábado, 17 de abril de 2010

sexta-feira, 16 de abril de 2010

São confusões

Já não escrevia há muito tempo. Os ciclos da vida já tiveram tempo de girar e girar e a escrita ainda por começar. Para se escrever, mais do que tempo, é preciso disponibilidade espiritual e isso, não é fácil de se obter. Estar disposto a para além de se estar sentado na cadeira, iniciar um frenesim louco de teclas de computador já por si só é um problema. Mas pior do que escrever no sentido de escrever, é escrever no sentido de pensar. Caeiro defendia que “pensar faz mal aos olhos”, daí eu ultimamente ter visto mais e pensado menos, talvez assim elucida as pouco claras ideias que tenho nesta caixinha pensante.
No final é tudo mentira. Continuei a pensar, mas tempo, tempo, não o tive, para escrever.
Há sentimentos que voam pelo meu Eu. Mas tal como o vento que leva a trova que passa, as violentas brisas de suspiros que me assaltam, fazem levar o papel, a caneta e por fim, o pensamento.
As angústias agora são tratadas com outro tipo de tratamento. Hoje é a música que me trata, que me cuida, que me embala.
Realmente, se há Deus, é na música. Cada nota é a prova existente que por aqui não ficamos, que não é este mundo que nos limita e nos prende. A única prisão que temos é nós mesmos, que por mais que tentemos fugir, seremos sempre apanhados. É como a nossa sombra, é nossa.

E farto de dispersões, vou ouvir um fado.